YOGA PARA REFRESCAR A CUCA

YOGA PARA REFRESCAR A CUCA

A ansiedade atinge milhões de pessoas em todo o mundo e disputa com a depressão o título de mal do século. Para combatê-la, nada melhor do que atacar a raiz do problema, tranquilizando mente, corpo e emoções por meio do yoga

 

Texto • Fernanda Ricardo
 

Palpitações, pensamentos negativos, agitação, boca seca, sudorese. Se você costuma sentir um ou mais desses sintomas, provavelmente sofre de ansiedade – e, consequentemente, vive em grande expectativa, com um mal-estar constante e a sensação de que está sempre perdendo tempo. Esse problema, tão comum hoje em dia, é resultado de um processo de aceleração da mente, estimulado pela correria do dia a dia, pelos desafios constantes e pela falta de estabilidade da vida moderna.

Remédios e psicoterapia podem ajudar, mas quem procura alternativas naturais e com benefícios extras, pode encontrar no yoga um eficiente aliado.

Ao englobar um conjunto de técnicas que ensina a respirar melhor, a se concentrar, a adquirir uma postura corporal correta e a se alimentar de forma mais saudável, a milenar filosofia indiana coloca corpo e mente em sintonia e no ritmo certo. Assim, fica mais fácil controlar o estresse e deixar o lado emocional mais sereno.

“As tensões não desaparecem, mas a pessoa passa a encará-las sem medo. A ansiedade surge quando achamos que o desafio que temos de enfrentar é maior do que suportamos. Então, quando temos energia de sobra, tendemos a não ficar ansiosos. O yoga dá calma e serenidade e, ao mesmo tempo, enche o praticante de energia. É muito difícil perturbar ou agitar a mente de um yogue”, garante Rodrigo Cardoso, professor de yoga há mais de dez anos.
 

Mentes aflitas, corpos doentes

Não é simplesmente o estilo de vida da pessoa que gera a ansiedade e outros distúrbios emocionais, e sim a falta de cuidado com a mente. “Quando a mente começa a funcionar para alimentar o ego, achamos que temos de ser vencedores, que não podemos perder nunca. É gerada uma tensão que faz com que vivamos para atender a essas expectativas”, explica Rodrigo.

Se mente aflita é sinônimo de corpo doente, o yoga ensina a reverter esse quadro. O conceito é fácil de se entender: uma mente superficial e agitada produz respiração igualmente superficial e agitada. Logo, com o aquietamento e aprofundamento da respiração, a mente também ganha. Mais: se uma mente ansiosa é capaz de tencionar um músculo, o inverso também pode acontecer, ou seja, o alongamento muscular é capaz de aliviar as tensões da mente. 
 

Yoga e meditação: uma dupla de sucesso

O yoga tem sido objeto de muitas pesquisas, cujos resultados comprovam que seus exercícios promovem saúde. Durante a meditação, por exemplo, o corpo pode relaxar mais do que durante o sono. Segundo o livro A resposta do relaxamento(Editora Record), do cardiologista americano Herbet Benson, o consumo de oxigênio após cerca de quatro ou cinco horas de sono passa a ser 8% menor do que quando o indivíduo está acordado. Durante a meditação, essa redução ocorre nos três primeiros minutos, e chega à média de 10 a 20%. De acordo com os estudos do médico, nada causa tanta redução e, por consequência, tanto relaxamento.

A meditação também diminui a adrenalina, amenizando a euforia, reduzindo a pressão sanguínea e o ritmo cardíaco em uma média de três pulsações por minuto. A taxa de lactato no sangue, substância produzida pelos músculos esqueléticos e ligada à ansiedade, também sofre diminuição. E as ondas alfa – lentas ondas cerebrais presentes em momentos de relaxamento – aumentam em intensidade e frequência, devido à atividade reduzida do sistema nervoso simpático.

Isso sem contar os benefícios que vão além do corpo. Durante a prática dos exercícios físicos (asanas), respiratórios (pranayamas) e meditativos, é preciso deixar a mente livre de qualquer pensamento e se concentrar no “aqui e agora”. Ao transferir isso para o resto de sua vida, você seguirá um dos maiores ensinamentos do yoga, que acaba com qualquer sinal de ansiedade: viver intensamente o momento.
 

Mudança simples, efeito poderoso

Para cada estado emocional, há um ritmo respiratório: uma cadência curta e rápida pode significar ansiedade, enquanto a profunda e ritmada denota segurança e serenidade. Isso significa que manipulando o ritmo respiratório podemos modificar as emoções. O melhor a fazer em momentos de mal-estar é respirar profundamente. Dê preferência à respiração abdominal, igual a dos bebês, que respiram com calma e enchem bem o abdômen. Os ansiosos costumam usar só o alto do peito, reduzindo o processo apenas à parte em que menos cabe ar. Respire lentamente dez vezes, tentando, em cada uma delas, diminuir a velocidade de sua respiração. Quando acabar, espreguice-se, boceje e procure fazer algo que realmente lhe dê prazer!

Fonte: Triada.com.br