VEGETARIANOS (COM CONVICÇÃO!)
Não é de hoje que a dieta vegetariana ganhou as mesas de quem pratica yoga. Mas ainda há muitas dúvidas sobre os reais benefícios desta escolha. Explore, aqui, um pouco mais sobre este universo e tire suas próprias conclusões
Texto • Geisa D'avo
Obter autoconhecimento é uma das principais metas do yoga, qualquer que seja a sua vertente. E, de acordo com os princípios que norteiam esta filosofia milenar, para que se possa atingir tal objetivo é necessário purificar a mente e o corpo, livrando-os de toxinas. “Um dos fatores que contribui para essa limpeza é o cuidado com a alimentação. A carne, pelo próprio sofrimento que o animal tem ao morrer, está repleta de toxinas que, quando ingeridas, impregnam os canais energéticos e impedem a energia de fluir. Assim, fica mais difícil chegar ao verdadeiro estágio de autoconhecimento”, explica o instrutor de yoga Daniel Borges.
Vale lembrar que estes princípios não estão ligados a nenhum tipo de religião, mas unicamente aos ideais preconizados pelo yoga. “Nenhum praticante é obrigado a se tornar vegetariano. É uma escolha que pode ser feita por qualquer pessoa. Mas é fato que ela proporciona inúmeras melhorias no dia a dia: você começa a dormir melhor, por exemplo, porque seu organismo deixa de digerir a carne, o que costuma atrapalhar o sono. E, no caso dos adeptos do yoga, também há uma melhora considerável no alongamento muscular e na flexibilidade”, explica o instrutor.
Contra os mitos, informações!
Certas proteínas e minerais necessários ao corpo são encontrados apenas na carne.
Mentira. Uma dieta vegetariana equilibrada é capaz de fornecer a maioria dos nutrientes necessários ao dia-a-dia. As proteínas, por exemplo, podem vir de fontes vegetais como a soja e o feijão combinados com cereais integrais. Porém, é preciso dar uma atenção especial às vitaminas do complexo B, particularmente a B12, e o mineral ferro. Exames laboratoriais podem assegurar se há ou não necessidade de suplementação desses nutrientes.
O sistema imunológico de um vegetariano é mais frágil do que o de um carnívoro.
Mentira. O sistema imunológico está relacionado à deficiência de vitaminas e minerais, o que não é problema para um vegetariano, já que a sua alimentação é bem variada e contém muitos grãos, frutas, vegetais, cereais e proteínas vegetais. A exclusão da proteína animal não causa problemas desde que substituída pela vegetal e por outros nutrientes que podem ser repostos a partir desta vasta gama de alimentos.
A dieta vegetariana pode prejudicar o desenvolvimento de uma criança.
Em parte, é verdade. A ausência da proteína animal na infância pode atrapalhar o crescimento, mas basta o acompanhamento de um nutricionista para contornar o problema. Uma criança que possua uma alimentação bem variada e com nutrientes em quantidades necessárias para a sua idade não será afetada.
Grandes coringas de um cardápio nada monótono
Soja – previne e reduz o risco de câncer, osteoporose e doenças cardiovasculares, além de atenuar os sintomas da menopausa.
Feijão – regula o intestino, previne a anemia, reduz o colesterol e regula o nível de açúcar no sangue.
Cereais integrais – regulam o intestino, previnem doenças cardiovasculares e favorecem o sistema nervoso.
Dicas para adotar a dieta sem sofrimento
• O vegetarianismo deve ser escolhido sem imposição, por livre decisão do individuo pelo motivo que lhe convier. Por isso, não force a barra se a nova alimentação não lhe agradar.
• Alguns conseguem eliminar a carne do cardápio com facilidade, enquanto outros demoram mais para se adaptar. Descubra o seu ritmo e respeite essa transição.
• Inicie retirando apenas as carnes vermelhas da sua alimentação e, em seguida, exclua de maneira gradativa as demais carnes. Desta maneira, seu organismo se adaptará aos poucos e você observará melhor as respostas frente às mudanças.
• Elabore cardápios bem diversificados e procure manter uma alimentação balanceada. Abuse de frutas, legumes e verduras. O ideal é consumir todo tipo de proteínas vegetais e não excluir, ao menos no início, as proteínas animais de alimentos como o ovo, o leite e derivados.
Uma receita esperta para o dia a dia
Rendimento: 4 porções
Ingredientes:
½ tomate picado
½ cebola picada
3 colheres (sopa) de palmito picado
1 xícara de proteína texturizada de soja grossa
1 porção de salsão e cebolinha picados
1 lata de creme de leite
1 lata de molho de tomate
1 porção de champignon
Sal, azeite extra-virgem e tempero a gosto
Modo de preparo:
Esquente a água e coloque a proteína texturizada de soja para hidratar. Se quiser, acrescente um pouco de sal e limão à mistura. Deixe no fogo por cerca de 30 minutos, depois escorra a água e aperte os pedaços para retirar o excesso. Em seguida, corte-os em pedaços menores e reserve. Em fogo médio, refogue a cebola, o tomate, o champignon e o palmito no azeite, acrescentando o tempero que preferir. Depois de refogar, acrescente a PTS e mexa bem. Deixe cozinhar por cerca de três minutos. Em seguida, acrescente o creme de leite. Coloque também a salsinha e a cebolinha e mexa. Acrescente, então, o molho de tomate. Provavelmente não será necessário utilizar toda a lata – a quantidade vai depender do seu gosto e também de quão concentrado é o molho. Por isso, vá colocando aos poucos para ver o resultado. Misture bem e o estrogonofe estará pronto!
Fonte: Triada.com.br