RESPIRAR (BEM) É VIVER!
Uma respiração correta é um dos caminhos mais eficientes para alcançar qualidade de vida e até o equilíbrio emocional. Descubra, a seguir, qual o caminho que o ar faz dentro do nosso corpo e como usar essa atividade tão vital em favor do yoga
Texto • Renata Guerra
Alguma vez você já se perguntou qual foi a primeira coisa que fez ao chegar neste mundo? E antes de partir, qual será a sua última ação? As duas perguntas têm a mesma resposta: respirar. Por ser um ato involuntário, muitas pessoas não percebem a importância da respiração. No entanto, ela é considerada a principal função do organismo, afinal, diversas funções fisiológicas só acontecem graças a este ato. Portanto, podemos dizer que sem a respiração não existe vida.
A entrada e a saída de ar pelas narinas podem dizer muitas coisas a nosso respeito. De acordo com nossa inspiração e expiração, podemos saber se o nosso organismo recebe oxigênio suficiente para as atividades metabólicas e se temos controle de nossas emoções. Por isso, é imprescindível que respiremos corretamente. Assim, melhoramos tanto as funções relacionadas ao funcionamento do nosso corpo, quanto atividades externas que desenvolvemos, como exercícios físicos, dança e canto.
O manda-chuva
A respiração é um evento cíclico e automático, controlado pelo cérebro, que promove, em média, uma inspiração a cada cinco segundos, ou seja, 12 vezes por minuto. Estudos indicam que, em um dia, respiramos cerca de 20 mil vezes.
É por meio dela que o corpo absorve o oxigênio e elimina o gás carbônico. Com a entrada de oxigênio, as células produzem a energia necessária para todas as atividades relacionadas às funções do organismo.
Por outro lado, a falta de 5% de oxigênio no corpo de uma pessoa provoca enjôos e tontura. A ausência de 10% leva ao desmaio e a falta de 30% ocasiona a morte.
Para que isso não ocorra, cabe aos sistemas respiratório e cardiovascular a responsabilidade de distribuir a todos os tecidos, órgãos e sistemas do corpo uma quantidade adequada de sangue rico em oxigênio. Porém, 80% do oxigênio transportado pelo sangue é consumido pelo cérebro, órgão que representa apenas 2% do peso total do corpo.
O grande motor
Responsável pela respiração, o diafragma é o músculo que separa o tórax do abdômen. Ele se movimenta verticalmente e, quando se contrai e pressiona os pulmões para baixo, ocasiona a inspiração. Na expiração ocorre o movimento contrário, ou seja, ele relaxa e pressiona os pulmões para cima. É por meio do diafragma que podemos analisar os tipos de respiração, dividindo-as de acordo com o efeito que produzem no organismo: a que faz bem e a que faz mal.
A primeira é chamada de natural ou abdominal. Nela, o movimento do diafragma é pleno. Ao empurrar o ar para a região abdominal, expandindo-a, aumentamos a área de oxigenação pulmonar e também oxigenamos melhor o cérebro. È fácil distingui-la, basta observar um bebê e o movimento de sobe e desce de sua barriga. Isso também significa que nascemos sabendo a melhor maneira de respirar.
Já a respiração torácica ou clavicular é observada quando o peito se mexe. A pessoa levanta as costelas, clavículas e ombros e respira só com a parte de cima dos pulmões, a de baixo fica estagnada. Assim, só entra a metade do oxigênio, obrigando a pessoa respirar o dobro para compensar. Esse processo exige muito esforço e gasto de energia. Além disso, a contração do diafragma causa dor no peito, que pode mandar ao corpo e à mente mensagens de um estado de angústia.
Trabalho em dobro
Como 95% da energia produzida nas células requer oxigênio, uma correta respiração é de extrema importância para a vida. Porém, não é isso que acontece. A maioria das pessoas respira de maneira errada. Um adulto inala cerca de 350, 400 ml de oxigênio a cada inspiração, porém, seus pulmões têm capacidade de receber dez vezes mais, ou seja, cerca de quatro litros de oxigênio.
O volume de oxigênio respirado tem estreita relação com nossas emoções e padrões de comportamento. Por exemplo, quando pensamos em algo bom, a respiração se expande e aprofunda. Por outro lado, em casos de medo e ansiedade, a respiração altera-se e torna-se curta e superficial. Quando uma pessoa fica nervosa, ela trunca sua respiração, ou seja, inspira menos e expira mais, podendo ter tonturas, modificação do estado de consciência e até desmaios.
Desse modo, se uma pessoa respirar mais rápido, menos oxigênio será mandado ao sangue e, consequentemente, seu coração precisará bater mais vezes para enviar a mesma quantidade de oxigênio ao cérebro. Segundo a instrutora de Yoga, Tatiana Perez, quanto mais se exige do coração, maior será a chance de essa pessoa desenvolver doenças cardiovasculares, como a hipertensão arterial. “Por outro lado, se você aprende a respirar adequadamente, terá mais controle sobre a freqüência cardíaca, não sobrecarregando o coração. Assim, não liberará adrenalina em excesso, e sim endorfina e serotonina, substâncias químicas responsáveis pela sensação de relaxamento e de bem estar”, explica.
Fonte: Triada.com.br