O CÉREBRO E A MEDITAÇÃO

O CÉREBRO E A MEDITAÇÃO

Você já parou pra pensar o que acontece com seu cérebro durante a meditação? Uma moderna tecnologia chamada Mind Mirror explica tudo para você!

 

Texto • Geisa D’avo

Somente nas últimas décadas é que se pôde mapear e identificar a relação entre o padrão de ondas cerebrais emitidos durante a meditação e, então, descobrir o estado mental obtido. Ao perceber a relevância de estabelecer tal relação, o psicólogo Leonardo Mascaro não demorou a implementar um trabalho diferenciado em seu consultório. A partir da utilização de um aparelho conhecido como Mind Mirror – capaz de medir estados de consciência –, Mascaro encontrou novas maneiras de associar meditação e terapia. Confira a entrevista e descubra como funciona o Mind Mirror.

 

De que maneira o senhor percebeu que poderia utilizar a meditação com fins terapêuticos?

Com o estudo do Oriente, fui percebendo a verdadeira proposta da meditação: o autoconhecimento. Notei que ao permitir um mergulho nas profundezas do inconsciente, a meditação fornece as condições necessárias para que possamos trabalhar a mudança de maneira extremamente efetiva, já que nesses estados produzimos insights quase sucessivos, o que acelera brutalmente o trabalho terapêutico. Meditar é, sem dúvida, uma ferramenta fantástica na condução do processo de terapia.
 

E como funciona o Mind Mirror?

O Mind Mirror nada mais é do que um equipamento de EEG (eletroencefalograma) especialmente desenvolvido para permitir correlacionar estados de atividade cerebral com os estados de consciência correspondentes. Além de monitorar, fornece o feedback a cada momento, correlacionando o momento real com as meditações.
 

Quais são os benefícios promovidos pela utilização do Mind Mirror?

O uso do Mind Mirror tem por finalidade o aprendizado do estado meditativo. Outros benefícios estão relacionados ao autoconhecimento, resolução de conflitos emocionais e integração de conteúdos emergentes, sempre objetivando o desenvolvimento emocional integrado ao processo de mudança e crescimento pessoal que cada pessoa vivencia.

Como este aparelho foi desenvolvido?

Cade, mestre zen e professor de psicobiologia na Universidade de Londres na década de 1970, descobriu que os mestres nessas artes, os swamis hindus, não apenas produziam quase que instantaneamente – e perfeitamente – o padrão de atividade elétrica cerebral da meditação sempre que desejavam, mas iam além, mantendo-o mesmo quando se encontravam em suas atividades cotidianas. A esse estado de consciência Cade chamou de Mente Desperta. Cade ouviu a seguinte resposta do Swami Prakashanand, quando lhe perguntou quantas vezes por dia, e por quanto tempo, meditava: “uma vez por dia, durante 24 horas!”.
 

O senhor utiliza o Mind Mirror com fins terapêuticos, mas também voltados para a meditação. Qual a diferença dessas aplicações?

No ambiente de terapia, em que faço uso da meditação, as relações inconscientes entre temas aparentemente desconexos ficam mais evidentes graças ao uso do Mind Mirror, podendo ser mais bem exploradas. É usado para acessar aspectos inconscientes, o que normalmente culmina no desaparecimento dos sintomas físicos e superação do trauma emocional.

Já o trabalho de meditação tem como foco o desenvolvimento de potenciais pessoais, autoconhecimento e melhoria da qualidade de vida. Nestes casos, o trabalho é essencialmente calcado em práticas e treinos nos quais, cruzando as informações da atividade cerebral, produzida momento a momento e trabalhada em tempo real, com a prática da meditação e com a experiência subjetiva vivenciada durante essas práticas, permite-se que o aprendizado efetivo do caminho de abertura interior e acesso à dimensão mais profunda de si mesmo aconteça. Isso resulta no afloramento de potenciais pessoais até então pouco desenvolvidos – ou mesmo nunca expressos – e a consequente melhoria da performance pessoal na vida, seja do ponto de vista pessoal, seja do ponto de vista profissional.

Fonte: Triada.com.br