MEDITE ATÉ MESMO RINDO (PAGUE PRA VER!)

MEDITE ATÉ MESMO RINDO (PAGUE PRA VER!)

Segundo o guru indiano Osho, não é preciso parar para meditar: você pode viver a prática andando, correndo, nadando ou... rindo. Em seu livro "Meditação – a primeira e última liberdade", ele explica como. Experimente!

 

Texto • Osho


 

Qualquer coisa pode ser meditação. Este é o segredo: desautomatize- se. Se podemos desaumatizar as nossas atividades, então tudo na vida se torna uma meditação.

E aí qualquer coisa, por mais insignificante que seja, como tomar um banho de chuveiro, fazer uma refeição ou conversar com um amigo, tudo se transforma em meditação. A meditação é um potencial, uma capacidade que temos e que pode ser projetada ou transferida para qualquer coisa. Não é uma ação específica. Há pessoas que pensam dessa forma, acreditando que a meditação seja um ato isolado em que você se senta de frente para o leste, repete determinados mantras, queima um pouco de incenso, faz isso e aquilo num determinado momento e de uma determinada maneira, acompanhados por determinados gestos. A meditação não tem nada a ver com isso. Todas essas são maneiras de automatizar a meditação e a meditação é contra a automatização. Portanto, enquanto estiver atento, qualquer atividade poderá ser uma meditação e você poderá aproveitar algum movimento imensamente.

Mente quieta, corpo em ação

É natural e fácil manter-se alerta enquanto se está em movimento. Quando se está sentado em silêncio, o mais natural é pegar no sono e adormecer. É muito difícil manter- se desperto quando se está deitado na cama, porque a situação o ajuda a pegar no sono. O movimento, naturalmente, faz com que o corpo fique alerta e não é possível dormir. O único problema é que o movimento pode se tornar mecânico.

Aprenda a fundir corpo, mente e alma. Descubra maneiras de funcionar como um todo, por inteiro. Isso costuma acontecer com quem corre. Talvez você não imagine uma corrida como uma forma de meditação, mas os corredores muitas vezes têm uma vivência muito forte de meditação. E se surpreendem, porque não era isso o que estavam procurando – quem pensaria que um corredor iria ter uma experiência divina? Mas acontece. E, hoje em dia, cada vez mais, correr está se tornando uma nova modalidade de meditação.

Você já correu por esporte? Gostava de correr de manhã bem cedo, quando o ar está fresco e puro, quando o mundo inteiro desperta de uma noite de sono para um novo dia? Você estava correndo e o seu corpo funcionava harmoniosamente, o ar estava fresco, o mundo renascia, a vida cantava ao seu redor, você se sentia tão vivo... Chega um momento em que o corredor desaparece e só a corrida permanece. O corpo, a mente e a alma começam a funcionar juntos (...).

Caminha ou nadar também podem dar um ótimo resultado. Todas essas atividades devem ser transformadas em meditação. Esqueça as antigas idéias sobre meditação, segundo as quais basta ficar sentado embaixo de uma árvore em postura de ioga para estar meditando. Essa é apenas uma das maneiras de meditar e pode ser satisfatória para alguns, mas não para todos. Para uma criança pequena, isso não é meditação, é tortura. Para um jovem ativo e vibrante, isso é repressão, não meditação.

 

Meditação pelo riso

Toda a manhã, ao acordar, antes de abrir os olhos, alongue- se como um gato. Alongue cada fibra do seu corpo. Depois de três ou quatro minutos, com os olhos ainda fechados, comece a rir. Durante cinco minutos, não faça outra coisa a não ser rir.

No princípio será um riso forçado, mas logo em seguida o som dessa risada forçada acabará provocando um riso de verdade. Entregue-se totalmente ao riso. Pode ser que seja preciso praticar por vários dias antes que esse fenômeno realmente aconteça porque não estamos acostumados a isso. Mas não vai demorar muito o riso vai se tornar espontâneo, mudando totalmente a natureza do seu dia a dia.

O riso traz energia da sua fonte interior para a superfície. A energia começa a fluir, seguindo o riso como uma sombra. Já observou isso? Quando você ri de verdade, naqueles breves instantes você se encontra em um profundo estado contemplativo. O pensamento pára. É impossível rir e pensar ao mesmo tempo. São ações diametralmente opostas: rir ou pensar. Se estiver rindo de verdade, seu pensamento pára. Se continuar pensando, trata-se apenas de um riso ameno que ficará em segundo plano, incompleto.

Até onde sei, a dança e o riso são as melhores portas e as mais naturalmente acessíveis. Ao dançar de verdade, seu pensamento pára. Se você continuar a dançar sem parar, girando, girando, até se tornar um redemoinho, todos os limites e todas as divisões se desfazem. Nem mesmo saberá onde o seu corpo termina e onde começa a existência. A existência e você se fundem, há uma sobreposição de limites. E se estiver realmente dançando – não controlando a dança, mas permitindo que ela o controle –, se você deixar possuir pela dança, o pensamento pára.

O mesmo acontece com o riso. O riso pode ser uma belíssima introdução ao estado de não-pensamento.

Fonte: Triada.com.br