Seicho-No-Ie (生長の家 em japonês) (Lar do Progredir Infinito, numa tradução livre) é uma espécie de filosofia ou religião sincretista, monoteísta de origem japonesa. Enfatiza o não sectarismo religioso, as práticas de gratidão à família e a Deus, e o poder da palavra positiva que influência na formação de um destino feliz e o universalismo.
Surgiu em 1º de março de 1930 como revista de Cultura Moral 生長の家, cresceu no pós-guerra no Japão, sofreu perseguição militar[1] e foi transformada em religião. Nesta época, a sociedade japonesa viu desmoronar a religião oficial do Estado, baseada na crença na divindade do imperador e uma das bases da ideologia militarista. Nesse vácuo ideológico e espiritual surgiram ou cresceram inúmeras seitas e religiões, entre elas a Perfect Liberty, a Igreja Messiânica Mundial (Johrei) e a Seicho-No-Ie. Esta última contribuiu para a revitalização da religiosidade, incentivando seus adeptos à prática de suas religiões de origem.
A Seicho-No-Ie foi fundada por Masaharu Taniguchi (1893–1985) e se mundializa a partir da II Guerra Mundial. Seu conjunto doutrinário incorpora elementos do cristianismo, do budismo e doxintoísmo - três grandes religiões presentes no Japão, representadas no seu símbolo oficial respectivamente pela estrela verde no centro, pela cruz gamada branca intermediária (Lua) e pelo círculo vermelho externo com suas 32 flechas (Sol).
Argumenta-se que a Seicho-no-Ie, na contramão de suas consortes, estava em sintonia com a ideologia do nacionalismo oficial japonês. A professora Leila Marach Albuquerque afirma que a Seicho-no-Ie foi elaborada à luz da ideologia familista do Império japonês [2]. Pela grande população de imigrantes japoneses, as novas religiões chegaram quase que simultaneamente aoBrasil. Em pouco tempo conseguiram grande número de adeptos, não só entre os descendentes de japoneses mas entre toda a população em geral.
A Seicho-No-Ie em particular conseguiu grande número de adeptos. Entre os instrumentos de disseminação de sua crença, a revista Acendedor e o Preceitos Diários (calendário com mensagens) se tornaram bastante populares nas grandes cidades brasileiras, principalmente nas décadas de 60 e 70 do século XX.
Atualmente (2006), a Seicho-No-Ie conta com divulgação por meio de publicações como as revistas Fonte de Luz, Pomba Branca, Mundo Ideal e Querubim, além do jornal Círculo de Harmonia, programas de TV, rádio e website.
Sua origem cerimonial está ligada, principalmente, ao Xintoísmo, sendo também seus rituais o batismo, casamento e culto aos antepassados, do qual é talvez o melhor representante fora do Japão. Vale ressaltar que na Seicho-No-Ie há muita liberdade de adaptação de cerimonias ligadas à cultura local. Diferentemente de muitas religiões tradicionais, onde a conduta dos adeptos é condicionada pelo medo, Nakajima [3] explica que A Seicho-no-iê rejeita o "tem de ser assim", isto é considera que nada deve ser forçado e ensina a viver naturalmente a vida como ela é. Ensinamentos como "O ser humano é filho de Deus", "O mundo fenomênico é projeção da mente" e "Grande harmonia" são interpretados de várias maneiras, em conformidade com pessoa, tempo e lugar.[4]
A partir da década de 90 a Seicho-No-Ie lança oficialmente uma nova bandeira, o "Movimento Internacional de Paz pela Fé" (Internacional Peace by Faith) que tem como objetivo, através da fé em Deus único e universal, despertar a paz em cada pessoa e, assim, concretizá-la no mundo.
O conjunto doutrinário da Seicho-no-Ie reúne tradições xintoístas, cristãs, budistas, dentre outras. Predomina, a exemplo da outras Novas Religiões Japonesas, elementos da religiosidade nipônica, que valoriza todas as formas de vida, preza pelo respeito ao próximo, gratidão aos pais e cultua os ancestrais.
Masaharu Taniguchi, fundador do movimento da Seicho-No-Ie, foi presidente da igreja até o ano de seu falecimento, em 1985. O sucessor foi Seicho Taniguchi (nascido como Seicho Arashi), genro de Masaharu, para o qual foi delegada a Missão da Tocha Sagrada. Seicho permaneceu até 2008, ano que veio a falecer. Desde então, seu filho Masanobu Taniguchi é o presidente atual da Seicho-No-Ie.
A Verdade essencial da Seicho-No-Ie é: "O Homem é Filho de Deus" e, sendo assim, é herdeiro de todas as dádivas dele. Basta apenas que se conscientize disso para manifestar no mundo fenomênico (mundo material) a sua perfeição.
Para isso, há várias práticas adotadas pelos praticantes da Seicho-No-Ie, sendo as mais importantes:
A Seicho-No-Ie também estuda as "leis mentais", das quais se destaca a lei "Os semelhantes se atraem" (Lei da Atração).
Normas Fundamentais dos Praticantes da Seicho-No-Ie:
A Doutrina da Seicho-no-iê é alicerçada nas escrituras de Masaharu Taniguchi, sendo as mais importantes entre os adeptos, a "Sutra Sagrada Chuva de Néctar da Verdade" (Seikyo Kanro-no-Hou, em japonês: 甘露の法雨) e a Coleção "A Verdade da Vida" (Seimei no Jissô, em japonês: 生命の実相), composta por 40 volumes, que sintetiza as pregações de Taniguchi. Estas obras são publicadas no Japão pela Nippon Kyobunsha Co. Ltd. e, no Brasil, pela Seicho-no-ie do Brasil.
Segundo o departamento de comunicação da Seicho-No-Ie, em São Paulo, a doutrina conta com cerca de 3,5 milhões de membros no Brasil, além de um número incalculável em mais de 40 países no mundo todo. A doutrina encontra-se ramificada por todos os estados da Federação, além do Distrito Federal, onde possui um templo em estilo japonês.
No site oficial da organização estão cadastrados 1.400 (mil e quatrocentos) locais de culto. Mas como algumas regionais estaduais não cadastram todos os locais de culto, esse número pode ultrapassar os 6.000 (seis mil).