YAMAS E NYAMAS: 10 MANDAMENTOS DO YOGA

YAMAS E NYAMAS: 10 MANDAMENTOS DO YOGA

Yamas e niyamas nada mais são do que preceitos morais formulados com o objetivo de ajudar o ser humano a evoluir. É o que explicam as autoras Márcia De Luca e Lúcia Barros no livro "Ayurveda: cultura de bem viver". Confira um trecho da obra e entenda como funciona esta relação

 

Texto • Redação
 

Adentrar o universo do yoga consiste, num primeiro nível, em adotar os princípios éticos tradicionais que norteiam a prática (e a vida!) de todo praticante. De acordo com as escolas clássicas da filosofia, a formação do caráter do yogin (uma das formas de chamar quem pratica yoga) dentro desses padrões é imprescindível para que a prática flua de maneira positiva. Ou sej: treinar posturas físicas sem respeitar esses princípios não é praticar yoga em sua verdadeira essência.

Ao todo, são dez atitudes básicas que permitem ao yogin evoluir na vida: cinco yamas (o que não se deve fazer) e cinco niyamas (o que se deve fazer). A adoção desses princípios éticos pode ser feita como um exercício: algo que executamos conscientemente durante algumas horas, todos os dias, para ir observando nossas próprias reações. Com o tempo, a ética se incorpora a todos os aspectos da nossa vida por meio daquele processo: cada ação gera uma memória em nossas células e o consequente desejo de repeti-la.

Portanto, assim como a mais longa jornada começa com o primeiro passo, vamos tentar este exercício: de início, escolha apenas um dos yamas e um dos niyamas. Os outros se manifestarão naturalmente, como conseqüência de nossa nova postura. Que tal? Confira, a seguir, o que diz cada um desses importantes mandamentos.

 

 

 

Yamas: não, não, não!


AHIMSA: não-violência

Consiste em evitar a violência em atos, palavras e pensamentos contra os outros quanto e, sobretudo, contra si mesmo. O yogin observa esse princípio na vida e nas aulas, não sendo violento com o corpo, não ultrapassando seus limites e respeitando suas possibilidades.
 

SATYA: verdade

A verdade sempre, e nada mais do que a verdade. O yogin desconhece a mentira. Quando a verdade é subjetiva, devemos seguir aquilo que julgamos ser o certo. Sempre lembrando que nossa liberdade vai até onde começa a do outro.
 

ASTEYA: integridade

É ter integridade em ações e pensamentos. Não roubar bens materiais, nem mesmo ideias. Agir com retidão é respeitar esse princípio.
 

BRAHMACHARYA: não-dissipação da energia sexual

A energia sexual é usada no yoga como ferramenta para atingir o samadhi (o estado de iluminação suprema). O yogin mantém o equilíbrio em suas práticas sexuais para não desperdiçar essa tão importante energia. Isso significa fazer sexo com consciência, respeitando a si próprio e ao parceiro. Numa interpretação mais abrangente, significa não abusar de nenhuma atividade, ou seja, observar o caminho do meio.
 

APARIGRAHA: desapego

Sugere o desapego das posses materiais, dos relacionamentos, do resultado da prática. É muito importante que o yogin não fique preocupado com o resultado das posturas físicas. Isso pode atrapalhar o desenvolvimento da prática. Cada praticante deve respeitar o limite de seu corpo.

 

Niyamas: sim, sim, sim!


SAUCHA: limpeza

O yogin deve sempre observar a limpeza de seu corpo, tanto externa como internamente. Assim como o banho diário mantém o corpo limpo por fora, a prática de posturas físicas, exercícios respiratórios e o controle das emoções livram o organismo das toxinas que obstruem os canais energéticos e causam as doenças.
 

SAMTOSHA: autocontentamento

Deve-se ter alegria pelo que se é, e não pelo que se tem. O ter é apenas uma consequência do ser. O yogin sente-se permanentemente feliz.
 

TAPAS: autoesforço, disciplina, desejo ardente

Na prática do yoga e na vida em geral, é preciso aplicar toda nossa força de vontade para conquistar nossos objetivos, com muita disciplina e dedicação. Por meio de tapas, o yogin progride, vai em direção ao autodesenvolvimento.
 

SVADHYAYA: autoestudo

O yogin deve observar permanentemente seus atos, palavras, pensamentos, emoções e também seu físico. A ideia é ter consciência completa do corpo, da mente e dos sentimentos, 24 horas por dia.
 

ISHVARA: entrega

Depois de observar todos os outros yamas e niyamas, o yogin deve se render à energia suprema, entregar-se completamente ao poder do universo, confiando em que tudo conspira a nosso favor. 

Fonte: Triada.com.br