TERAPIA MUSICAL QUE VEM LÁ DO TIBETE

TERAPIA MUSICAL QUE VEM LÁ DO TIBETE

No soar de um gongo, inúmeros benefícios para sua saúde. Conheça a musicoterapia tibetana, a arte milenar de curar enfermidades e devolver o bem-estar com sons exóticos e muito agradáveis

 

Texto • Vanessa Reis
 

Os sons são considerados medicinais no Oriente há milhares de anos. Há não menos tempo, vêm sendo aplicados de maneira inspiradora pelos tibetanos, que têm a música como parte fundamental de todos os seus rituais. Existem, por exemplo, registros da utilização de estímulos musicais para ajudar no transporte de objetos e até de pedras monumentais para a construção de templos e edifícios na região, hoje dominada pela China. E isso em tempos bastante remotos.

O povo do Tibete, como se sabe, é muito espiritual, intensamente ligado à fé budista. Logo, sua musicoterapia procura atingir o espírito para, dessa maneira, chegar à cura das enfermidades. O musicoterapeuta oriental José Joacir dos Santos, um dos únicos especialistas na modalidade tibetana no Brasil, diz que a principal diferença entre as técnicas oriental e ocidental pode ser percebida no caráter intuitivo que tem a terapia do Oriente. “Ela une habilidades mediúnicas e de conhecimento psicológico, incluindo a espiritualidade, o que a psicologia ocidental exclui”, explica.
 

Sinfonia espiritual

Composta por sinos, gongos, tingshas, pratos de metal, voz, tigelas e outros instrumentos, a música tibetana parte do princípio de que todos os órgãos têm uma nota musical própria, um tom. O desequilíbrio de um desses tons decompõe todo o sistema e pode causar sérios problemas – afinal, tudo está interligado. Por isso, é necessário afinar a nota individual de cada órgão da mesma maneira como se faz com um instrumento musical.

Um dos objetos utilizados para emitir o som terapêutico é a tigela cantante. Ela pode ser de ouro, prata, cobre, ferro, latão, chumbo ou zinco, e produz um som que elenca inúmeros efeitos relaxantes e curativos, como estímulo da energia vital, combate à insônia, melhora da concentração, normalização da pressão sanguínea, equilíbrio do sistema imunológico e harmonização da respiração, além de sincronizar os lados direito e esquerdo do cérebro e aumentar a capacidade criativa do paciente.
 

Da esquerda para a direita: mills, tingshas e tigelas cantantes, Instrumentos da música tibetana

 

Como é a sessão

Para produzir o som das tigelas, utiliza-se um bastão de madeira. Ativando os sete chakras do corpo, os objetos são dispostos ao redor, entre as pernas e ao lado dos ouvidos do indivíduo, que fica deitado em uma maca ou esteira de material natural e agradável ao toque. Estar confortável é essencial para o sucesso da sessão. Cada tigela representa um ponto de energia e é tocada de acordo com a situação emocional do paciente, que entra facilmente em um estado de relaxamento profundo, facilitando a penetração da vibração sonora em seus chakras.

Outro instrumento utilizado são as tingshas, espécie de pratos em miniatura cujo soar, segundo os orientais, ajuda a recuperar a essência individual. Sua aplicação ideal é sobre a cabeça, na altura do chakra da coroa. Bate-se uma tingsha na outra, segurando ambas por uma presilha de couro que as mantém juntas, produzindo um efeito relaxante, que estimula a concentração.

Os pratos de bateria, por sua vez, bem mais comuns no Ocidente, afastam espíritos de "baixa vibração", transmitindo ondas de grande intensidade. São feitos a partir dos mesmos materiais que as tigelas cantantes e recomendados para a limpeza de ambientes. Funcionam, também, para equilibrar o chakra básico. Já os gongos reativam os pontos energéticos do corpo, com um som intenso, de efeito imediato.
 

Terapia eficiente

O tempo de aplicação necessário para que o paciente sinta os efeitos da musicoterapia tibetana é variável, já que cada pessoa requer um cuidado especial. No entanto, o musicoterapeuta José Joacir dos Santos destaca que os efeitos terapêuticos dos sons orientais podem se mostrar imediatamente, ainda durante a aplicação. “Em uma única sessão, é possível fazer um paciente viciado em drogas, por exemplo, chorar, gritar, suar... Os efeitos podem ser bastante imediatos”, conta.

É importante ressaltar que as enfermidades devem ser tratadas em conjunto com outras terapias, além da música. Da mesma forma, cuidar dos hábitos alimentares e instituir mudanças positivas no dia a dia são essenciais para aproveitar ao máximo o poder dos instrumentos orientais.

O especialista diz, ainda, que a aplicação da técnica tibetana no Brasil é dificultada por fatores como a língua e questões alfandegárias, que não beneficiam a entrada dos instrumentos em território nacional. No entanto, Joacir considera o povo brasileiro bastante receptivo aos ensinamentos orientais. “Já morei em todos os continentes e posso dizer que o povo brasileiro está muito mais à frente na aceitação das terapias do que qualquer outro povo, inclusive o norte-americano”, enfatiza o musicoterapeuta.

Fonte: triada.com.br

 

PARA SABER MAIS

Centro Oriental Kuan Yin
Site: www.joacir.com